- O vovô ta doente, mamãe?
- Ta sim, minha querida.
- O que ele tem?
- Está muito velho...
- Quanto tempo leva pra ele melhorar?
- Acho que ele não melhora, minha fofucha.
- Então por que a gente não mata ele?
eu não te vejo. você não existe. não te esconjuro porque és o nada, e do nada crepitarás. não te lamento, não lhe realço a injuria defectiva dos auspícios mal formulados em impropérios intoleráveis de qualquer síntese psicológica urbanística que a mais óbvia arbitrariedade requereria de qualquer indivíduo alheio da própria existência. não abriria teu peito, porque dele nada tiraria. o sangue que jorraria não seria meu. o grito teu proferido nada valeria. da tua boca jorrariam litros e litros de absolutamente nada. você não é sujeito. não é o todo, nem a célula, nem o óbvio.
eu não te vejo.
você não existe.