VESTIDO AZUL
quinta-feira, março 11, 2010
  conversa com Eduardo "rococó" Roberto sobre os filmes Guerra ao terror e Anticristo (pelo gtalk)
não planejava escrever nada sobre estes filmes. mas, sabem aquelas conversas de bar que do caldo primitivo começam a se adensar formas de vida inesperadas? pois é, isso acaba acontecendo de forma recorrente com o rococó. me perguntou sobre o filme recém premiado com o nobel de hollywood, Guerra ao terror. e depois sobre Anticristo, do Lars von Trier. o resultado é o que segue. Eduardo atende pela alcunha "ou", eu pelo codinome "eu".

sobre o Guerra ao terror

16:32 eu: sono da pooooorrrraaa!!!
caralho!!!!
no caso...
16:33 ou: toma um café cacete
eu: tomei 3
a porra tá ganhando resistencia, caraio!!!!
no caso...
16:35 ou: aayguayguaygauygaiuahaihauygauygaiuhaiuhauyga
cheire um pó então
ou já ganhou resistencia tb? kkkkkkk
16:36 eu: se pá...
do jeito que tá, acho que só acordo com toba...
no caso...

8 minutos
16:45 ou: aiuhaiuhaiuhaiuahaiuha
comer um toba ou levar no toba ou AMBOS?
16:46 eu: é... um dos dois deve fazer acordar uma hora...
ou: hahahahahahahaha
assistiu guerra ao teror?
eu: oui
16:47 ou: eae?
quais as impressões?
16:48 eu: uma bosta, oras
apesar de analisáveis.
ou: hahahahahahahaha
16:50 eu: analisáveis para mostrar como todos os pontos de contrapartida "humana" que ele tenta colocar não só legitimam, como coloca como se fosse um estatuto de procedência da necessidade da guerra.
16:51 o filme legitima tudo à partir dessa perspectiva "humana", com personagens complexos psicologicamente, etc
16:52 ou: o lance é q os caras acabam criando um vínculo emocional de dependência com o dia-a-dia de guerra deles não é?
16:53 eu: no máximo só dá para falar que ele concorda que "guerra é ruim!", mas não deslegitima, nem desconstrói a invasão americana. alimenta, aliás, um ponto de vista em voga nos eua pelas visões reacionárias, que diz "vocês pregam contra a guerra no iraque, mas vocês não percebem que estão fazendo nossos soldados sofrerem por nada? é isso o que vcs querem?"
não, só o protagonista tem esse vinculo emocional
todos os outros se traumatizam, se esfolam psicologicamente.
16:55 a idéia "progressista" de ter auqele cara como protagonista seria mostrar que o efeito do combate é tão barbarizante que a "vida normal cotidiana" se esvazia de sentido. a interação cotidiana do cara, como estado de normalidade, é só com a guerra.
só que o filme não gira em torno disso
ou: mas achava q o filme ERA isso
16:58 eu: seria se essa fosse o, digamos, conditio sine qua non da guerra no filme, se fosse o ponto de vista racionalizador da questão...
mas não é o caso
16:59 o discurso não é o de "devemos saír dali pq essa guerra é irracional e bárbara"
o discurso é "estamos nos contradizendo, pois ao invés de salvarmos as pessoas dos terroristas malvados e insanos, estamos destruindo o ideal americano"
17:00 completamente ambíguo
17:02 ou: noooooooooooossa
eu: sem falar que a estética do filme obriga você a ter que coadunar com essa ambíguidade como se os preceitos "morais" da guerra estão na vivência imediata do soldado. o que é muita distorção sobre a questão. a contraposição com o soldado de volta para casa e vendo o cotidiano sem sentido acaba sendo uma afirmação daquela vidinha familiar por negação, sabe? contrapõe à estética frenética no iraque e mostra como fica sem sentido no eua
17:03 ou: hahahahaha tem cara de tiro pela culatra isso
eu: total
17:06 sendo muito bonzinho, é um discurso democrata radical, que, como sempre, se volta contra o prórpio pé, pois só vê saídas do espectro ideológico do extremismo conservador corrigindo o republicanismo crasso, e não reordenando toda a coisa. supera o pólo, mas não a mediação da questão. acaba cobrando o mesmo plano de fundo, apesar de não ser, digamos, apaixonado pelo real "if you wanna make an omelete, you gotta break some eggs..."
sei lá, não gostei do filme
não que eu ache avatar melhor, ou coisa do tipo...
hehehe

no dia seguinte, rococó me mostra uma crítica ao filme que saiu pelo estadão.

13:43 ou: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100309/not_imp521408,0.php

6 minutos
13:49 eu: é...
bem burra a análise...
tanto para avatar quanto para o guerra ao terror
no caso...
13:50 ou: hahahahahaha
eu nem li, pra ser sincero, só te mandei
eu: no caso...
é, o cara reproduz o senso comum sobre os dois filmes... nada de novo, para ser sincero...
13:51 só que ele desgosta do guerra ao terror à partir de uma crítica meio unilateral sobre o filme... não leva em conta as complexificações "humanas" que falei ontem. aí ele tenta adequá-lo à fórmulinha "propaganda bélica ianque", quando é um pouco mais complicado do que isso...
13:52 ou seja, é uma análise bem esquemática
apesar de bem-intencionada
mas a análise dele sobre o avatar é intragável...
no caso...

sobre o Anticristo. vale alertar que o "ali" que escrevo se refere ao post anterior, sobre o dia internacional da mulher.

ou: mas ainda quero ler uma análise sua do anticristo
eu: hehe
17:35 ou: por falar em mulher e o cacete
eu: vixe
17:36 bom, partiria do que está ali. aliás, ele colocou o que está ali, só que em termos mais abstratos e sem explicitar a questão de relação social
mas está lá também
17:37 é um filme bem foda
um dos melhores que vi nos últimos tempos, aliás

8 minutos
17:45 eu: quando digo que a verdade feminina é a revelação da mentira da subjetividade fálica, também tá lá, perfeito. a fragilidade e a agressividade da mulher é uma concessão do homem. ele que desenha o mapeamento cognitivo da subjetividade feminina. daí o foco na idéia da natureza tornada perversa. é uma "natureza" manipulada pelo falo. daí também a castração feminina. daí também o luto, o desespero e o sofrimento como elementos organizadores, já que são estágios em que o ordenamento do real a partir de uma estruturação fenomenológica (objeto apreendido pelo entendimento através de um ordenamento objetivo da realidade) se esfacela psicologicamente... e o final... que é o gênero feminino sem persona, opaco, desprovido de interioridade, sendo apenas o homem o sujeito inteiriço, com uma unidade interna subjetiva.

17:47 e como meio social... são uma população de mulheres sem rosto... etc...
muito foda!!
muito foda mesmo
sem falar as um milhão de referências que precisaria listar
17:48 à cultura cristã, filosofia ocidental, psicanálise
nossa, acho que ninguém analisou ainda pq é uma tijolada mesmo
17:51 e termina como se fosse uma unidade sublime, com fotografia impecável, trilha sonora renascentista, e os três mendigos quietinhos, juntinhos. como se esse estado de violência obsoluta fosse o estado de normalidade.
17:52 ou: pqp né
eu: ele obriga o espectador gozar, mas pagar um preço caro pelo gozo. faz ele ver o que está por trás desse gozo. uma violência abominável. que nós coadunamos.
nossa, o cara é muito foda
ou: total podicre MESMO
eu: acho melhor que o haneke
17:53 ou: eu tb
mas ambos tem esse traço q eu admiro fortemente, de mostrar a perversidade da própria relação do cara q vê o filme com o próprio filme
17:54 eu: sim, sim. muito foda.
17:57 só q o haneke tenta, digamos, contornar o gozo. ele mete porrada e tira sarro do espectador, mas achando que o está forçando a refletir sobre o que está vendo. o lars von trier no anticristo faz uma coisa que é gritar algo do tipo "é isso q vcs querem? tá bom, tomem, aproveitem. só que vcs também terão que receber isso aqui...".


acho bom colocar que tive permissão do rococó para postar essa conversa. muitos saltos de raciocínio e algumas constatações meio genéricas... mas talvez um dia dê para detalhar melhor...

no caso...

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Comentários:
"ou: mas ainda quero ler uma análise sua do anticristo
eu: hehe
17:35 ou: por falar em mulher e o cacete"

na boa, eu resumi o filme.
Anticristo: um filme sobre a mulher e o cacete
 
sobre o guerra ao terror achei bem pertinente o que vc falou. é legal lembrar também que o filme foi ressuscitado pelo "oscar", no Brasil nem para os cinemas veio. me parece que tem a ver com o desgaste que a guerra tem com a população americana que ja não apoiá incondicialmente a guerra. O filme para mim entre nesse bojo legitimando a invasão de uma maneira mais humana, mostrando a missão que os soldados americanos tem a cumprir e como é sofrida o dia-a-dia deles, mas no fundo legitima mais ainda a guerra.
enfim, talvez seja baboseira, mas coloquei o debate
 
agora que eu li a resenha que o rococo mandou não quis dizer que os soldados são máquinas de matar e essa questão meio senso comum que o cara coloca, acho que é uma tentativa de dar uma outra cara para a propaganda da invasão americana..
 
concordo com o rubinho.

e sobre Anticristo, apesar d ter achado sensacional nas duas vzs q vi, saí com a única certeza d q estava longe d entender a metade do filme. Eita doidera! O Lars sempre causa com minha pobre cabeça.

por enquanto fico com a brilhante sinopse do rococó.
 
Livin' with the Gus.
 
Vou comentar só sobre Guerra ao Terror, não li ainda a parte sobre anticristo, e confesso q ainda estou digerindo o filme, q preciso ve-lo de novo. Mas não sei, concordo em partes com o que o Gustavo diz, mas acho que o que exatamente não podemos deixar de pensar é onde vem a parada. Acho que é sim um filme crítico a guerra, mas exatamente uma crítica feita desse ponto de vista, de democratas estadunidenses (e por favor, nos esforcemos pra não falar americanos, carajo). Não acho que em ponto algum o filme legitime a guerra, ele a critica do PONTO DE VISTA DOS SOLDADOS, assim como tropa de elite critica a atuação do bope pelo ponto de vista dos mesmos (sendo assim, o faz mtas vezes de maneira tosca). Assim, o filme não só mostra o sem-sentido da vida do sujeito depois q ele volta aos EUA (ja evidentemetne destruído pela "droga" da guerra) como mostra o sem sentido da guerra tbm. Isso pra mim é o que há de positivo ali, o filme nao mostra soldados preocupados com um objetivo final, com um bem maior, ele mostra os caras contando os dias pra sair, os caras se destruindo e destruindo os outros de todas as formas, faz um retrato da absoluta falta de sentido na atuaçao deles la, e as consequencias que isso causa na cabeça deles.

Sendo assim, acho q podemos apontar que é um horizonte crítico limitado, mas não espero de um filme apenas um decalque de minhas convicções. Além disso, tem uma porrada de coisas toscas, como aquele personagem soldado psicólogo, que é ridiculo. Mas não sei, daí a achar que isso legitima a guerra eu acho demais, não vejo algum ponto onde o filme esteja justificando nada, ele só parte de outro ponto de vista -e aí estão tanto suas limitações como, quem sabe, suas maiores possibilidades de diálogo com um espectador estadunidense, algo parecido com um Michael Moore da vida, que apela para os valores da "América" para criticar as grandes coorporações. Enfim, por aí, não vou reler então se virem pra entender heheh

Beijos
 
então, julio, acho meio sem nexo causal onde está o que você atribui ao filme que mostre a guerra como sem sentido. em nenhum momento se problematiza a ocupação, a relação com os terroristas, que são sempre irracionais, violentos, opressores, etc., inscritos dentro da trama como uma exterioridade que aflige os conflitos psicológicos dos personagens. o filme legitima a guerra na medida em que reconhece atividades "terroristas" como uma alteridade naturalizada, inquestionável, como parte do que compõe o ambiente, e não como formação conteudística precipitada da obra. vc comparou com o tropa de elite. como você disse, é um ponto de vista limitado por ser o dos soldados,que problematiza a espectativa de cada um por estar lá, que se adequa a um discurso democrata, etc, etc, mas é justamente como esse limite é retratado que expõe a perspectiva deles sobre a guerra. o tropa de elite ao menos reconhece esse limite. a imbecilidade do padilha é achar que uma contrapartida a esse limite seria chocar o espectador a partir desse limite, o que foi uma burrice sem nome. o guerra ao terror não expressa esse reconhecimento em nenhum momento, aliás, o argumento moralizador do filme depende que esse limite seja escondido. a realidade imediata é absoluta, totalizante, o filme cobra que fiquemos em constante tensão com os personagens. sobre o "decalcar minhas convicções", não sei se entendi o que vc quis dizer, mas se em algum momento vc acha que é isso que estou fazendo, que eu acho que o filme seria muito melhor se mostrasse "a face do imperialismo ianque como o que realmente é" (ou coisa que o valha), acho que vc me entendeu mal. só estou pegando a obra como ela se manifesta, entendendo que à partir disso há nela uma tomada de posição, e me coloco como contrário a essa posição. no caso...
 
o decalque das posições era em referência à minha própria pessoa, rapá. acho o tropa de elite cheio de merda (por exemplo no que toca minha militância mais concreta e meu objeto de estudos, a proibição das drogas - o filme repete o senso-comum idiota de responsabilizar o usuário pela violência), mas mesmo assim acho um bom filme, bem feito, interessante, problematiza mtas coisas à sua maneira, a partir das convicções ali inseridas. discordo delas e aprecio o filme, assim como sei la, gran torino é um panfleto da ideologia estadunidense bushista com esse quê de falsa tolerancia obamista e é um filme mto bem feito, uma obra que condensa bem mto da bagagem hollywoodiana.

qto ao mostrar a guerra sem sentido eu achei exatamente isso, e exemplifiquei no meu singelo e mal escrito comentário. ele encara os iraquianos como terroristas assim como tropa de elite encara os favelados como bandidos, é a visão dos soldados a apresentada, soldados US ou Bope - todos em situação constante de ameaça por parte das populações ocupadas. mas dentro dessa visão, nós não vemos o caso clássico de filmes de guerra, a violência com causa, com objetivo (salvar o mundo). nesse caso não, os soldados só querem sair de lá, eles CONTAM OS DIAS pra ir embora. dentro deste cenário, cometem uma série de atrocidades, mtas delas explícitas no filme. mas nao o fazem com um objetivo, e sim completamente alienados, como se fossem para uma fabrica apertar parafusos. me parece um filme interessante exatamente por isso, por questionar: que caralhos ces tao fazendo aí?

acho q daí pode vir a escolha por uma realidade absoluta, totalizante com vc diz. para esses pobres idiotas q tao la morrendo a toa, aquilo é tudo, não há sentido nem contestação possivel. eles fazem o seu dever. o filme pode querer levantar exatamente isso, q caralhos estamos fazendo lá? sim é uma perspectiva limitada, mas não sei se necessariamente legitimadora da guerra. se pa o filme quer dialogar com essses q se alistam, com seus pais, com essas pessoas q mesmo vivendo esse tipo de drama em suas famílias (como outro filme recente mostra, "o mensageiro"), ainda continuam nao contestando a guerra em si, continuam aceitando-a de uma maneria ou outra. é um horizonte limitado, etnocêntrico, classe média, individualista, ongueiro, sei la, provavelmente mto mais, mas tbm pode ter seu lado positivo, lembremos q um dos fortes movimentos de contestação à guerra do vietnam era composto por ex-soldados, pessoas q inicialmente aceitaram meter a mao na merda e depois viram o quao sentido isso era. mostrando aquele cenário a partir da visão dos soldados (desumanizados mas ainda humanos - se divertem, mas machucando uns aos outros), creio que é possivel sim que surjam uma série de reflexoes interessantes, não estamos diante de um rambo qualquer, mesmo q essas críticas possam ser vislumbradas somente pelo seus (evidentes) limites. nao acho q a tomada de posição seja legitimadora da guerra, foi isso que disse...
 
entendi, acho. nesse sentido, acho que sua crítica está sendo pautada por ponderações meio anacrônicas, e por conexões arbitrárias de racionalização do filme, atribuindo a qualidade da obra por aquele que a vê, e não pela totalidade do que é expresso. se a vida fosse simples assim, tudo o que se faz seria rico, potencialmente interessante, pois sempre alguém seria contemplado no sentido colocado. acho que as questões que vc colocou pautam positividade no filme por se descolarem da concepção de guerra por propósito, quando seu engajamento específico diz respeito a um descolamento de determinada forma de compreensão de guerra no espectro ideológico americano que é caricata, o que já não diz respeito à especificidade de todas as guerras desde o vietnam, que são impostas por uma perspectiva trágica. trágico num sentindo literal, digo. o "propósito" se manifesta no caminho oposto de sua realização, o que passa a denotar altivez de caráter por cumprir com a decisão do trágico, justamente por ser necessário. pautam-se numa idéia de necessidade exterior que não nasce de um ímpeto sentimental combinado como uma moralidade manifesta (uma das riquezas do tropa de elite está em como isso é exposto, pois ele coloca o capitão nascimento dentro desse jogo trágico, coloca isso de forma racional no filme, mas caga quando acha que há distanciamento no choque diante das atrocidades cometidas... na minha opinião, o erro que vc está cometendo agora na sua interpretação do guerra ao terror...). a idéia de alienação no sentido que vc coloca fica problemática, pois o sentido da guerra subtrai o sentido de consciência para sua realização. cometem atrocidades, contam os dias para saír, mas a questão é que a guerra não é mais pautada pela glória de lutar (forma caricata, datada, que se justifica durante todo o pós guerra de secessão até o vietnam), mas pela necessidade exterior, por ser um mal necessário (um estado de exceção, que antes era sentimental, agora é racionalizado). isso se manifesta quando o protagonista, que é por onde entendemos a guerra como uma "droga", retorna para casa, e vê o cotidiano da família realizada, dos afazeres no dia a dia, como sem sentido. a questão é, por quê deveriamos ver esse cotidiano como sem sentido agora que ele veio da guerra? por que antes da imersão da subjetividade do soldado na "lógica da guerra" aquilo teria sentido? a tensão que o filme nos obriga a identificar é completamente ilusória, a crueldade, as atrocidades cometidas, é exposta por uma tensão falsa, que pressupõe um engajamento ideológico, e isso é completamente manipulado pelo filme. ele naturaliza a guerra como pauta para preservar a família, o cotidiano besta, mas critica que isso possa estar produzindo uma banalização dessa vida cotidiana. estamos nos contradizendo, pois estamos destruindo esses valores que justificam o combate. é o que coloquei para o rococó. sei lá, cara, acho que vc está equivocado... no caso...
 
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